Vol.3

História

A controvérsia dos modos de produção brasileiros: a contribuição do pensamento marxista

Carla Curty, Maria Malta, Wilson Vieira, Jaime Léon, Filipe Leite

Durante período significativo do século XX, entre as décadas 1930-1970, o debate sobre o modo de produção vigente nas origens da formação econômico-social brasileira e sua forma de transformação ganha centralidade nos círculos políticos e intelectuais da esquerda, em especial, entre marxistas. A controvérsia sobre os modos de produção brasileiros se estabelece a partir da análise das questões da realidade brasileira, como forma de orientação das possíveis estratégias políticas a serem adotadas visando a possibilidade da revolução no Brasil.  O objetivo aqui é apresentar autores representativos desta tradição que desenvolveram posições significativas no debate: Caio Prado Junior, Nelson Werneck Sodré e Jacob Gorender.

Vol.3 - Pags.: 6-23 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

A criação da Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais (ESAV) no cenário de modernização agrícola do Brasil

Heloísa Teixeira, Fernando Altoé

O objetivo deste artigo é discutir a criação da Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV) na década de 1920 e compreender os motivos e a importância de sua criação para o desenvolvimento da economia de Minas Gerais no período. As questões que orientam este trabalho são as seguintes: Qual a contribuição que um estabelecimento de instrução agronômica daria a Minas Gerais e ao Brasil? Quais lacunas seriam preenchidas com a criação da ESAV no sentido de proceder a investigações e pesquisas e a ministrar ensinamentos de interesse agrícola à população do estado? Para responder tais questões, utilizamos como fontes boletins informativos, boletins de ex-alunos da ESAV; relatórios provenientes do Arquivo Central e Histórico da UFV e relatórios de presidente do estado de Minas Gerais.

Vol.3 - Pags.: 24-37 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

A economia de Juiz de Fora, séculos XIX e XX: um balanço historiográfico

Felipe Duarte

Este artigo apresenta uma síntese de parte da produção historiográfica que diz respeito a Juiz de Fora, tendo como ponto de partida a análise de inúmeras referências bibliográficas que fazem menção à história econômica da cidade e região. Como é notoriamente conhecida a existência de uma vasta produção sobre a história local, além de inúmeros fragmentos de História depositados em nossos arquivos e museus, desta maneira, sugerimos uma reflexão sobre determinados pontos que nos ajudam a compor a escrita do passado desta comunidade, bem como revelar alguns dos resultados materiais dos processos sociais, estes que, por sua vez, se projetam o tempo na forma de historiografia.

Vol.3 - Pags.: 38-63 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

A economia rural, o Frei e a utilidade dos livros. Leitores e lugares de circulação de manuais técnicos agrícolas em Minas Gerais e no mundo português do final do século XVIII e início do XIX.

José Newton Coelho Meneses

Problematização do papel de Frei José Mariano da Conceição Veloso como divulgador de saberes para estimular a economia rural do mundo português do início do século XIX, através da produção de manuais técnicos. À luz de complexas propostas econômico-políticas iluministas ele elabora um projeto editorial, conjugando matrizes de conhecimento agrícola e de história natural europeias com interesses econômicos da Monarquia portuguesa. Associa, sobretudo, tais saberes a uma realidade “brasileira” que ele conhece e elege como alvo. A comunicação centra-se em dois fatores distintos: o tipo de leitores a ser atendidos e o repertório de leituras propícias para a busca produtiva.

Vol.3 - Pags.: 64-76 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

A enfermeira a minissaia e a Madre Superiora: uma crônica de Belo Horizonte

Ana Luísa Moreira Silva

O presente artigo é um estudo de caso ocorrido em um dos hospitais da UFMG. A documentação encontra-se no Centro de Memória da Medicina e terá os nomes dos envolvidos preservados.  Trata-se de um processo administrativo movido por uma funcionária do Hospital que foi agredida e humilhada por sua superior, uma irmã de caridade. O interessante desse processo são as entrelinhas dos depoimentos que nos permitem evidenciar luta de poder entre funcionários laicos e religiosos, além de preconceitos sociais e raciais. O que é mais assustador é que este fato ocorreu no final da década de 1960, anos considerados mais significativos no que tange a mudanças sociais, liberdade de expressão e comportamento.

Vol.3 - Pags.: 77-89 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

A Escola de Minas de Ouro Preto: A sinergia

Arthur Ramos

O atual trabalho é um esforço preliminar na tentativa de compreender a importância das universidades na organização do espaço urbano, dando a devida atenção às especificidades do caso em questão, tendo como objeto de análise a Escola de Minas de Ouro Preto, instituição essa que estabelece, sobretudo a partir da transferência da capital da provincia mineira para Belo Horizonte, uma força centralizadora na conformação da cidade.

Vol.3 - Pags.: 90-103 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

A Evolução do Pensamento de Celso Furtado acerca da Inflação: 1949 - 1964

Lúcia Regina Centurião

Este artigo tem como objetivo analisar a evolução do pensamento econômico de Celso Furtado acerca da inflação no período de 1949 a 1964, abrangendo a gênese e desenvolvimento da teoria estruturalista. O trabalho conclui que desde o início do ínterim o autor já observava o fenômeno inflacionário em algum grau de maneira autóctone, e suas ideias fundamentais  foram definidas ainda no ano de 1952. Para Furtado a causa última da inflação no país residia na ausência de um projeto autêntico de desenvolvimento. O artigo também possui como objetivo acompanhar a transição do campo da teoria econômica para o delineamento de diretrizes políticas, ao incorporar a análise do Plano Trienal.

Vol.3 - Pags.: 104-124 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

A HIERARQUIA NO PEQUENO COMÉRCIO COLONIAL: ESTABILIDADE E DIVERSIFICAÇÃO (MARIANA (1733-1753)

Flávio Rocha Puff

O presente artigo tem como proposta discutir alguns aspectos relacionados à dinâmica dopequeno comércio e da atuação dos agentes mercantis nas Minas setecentistas.Para tanto, três pontos foram destacados: estabilidade, diversificação ehierarquia. No primeiro ponto buscamos medir a longevidade dos comerciantes à frente de seus estabelecimentos comerciais através da seriação e quantificaçãodos registros de coimas e fianças e almotaçaria ao longo do período de nosso recorte. Quanto à diversificação das atividades procuramos perceber, por meiodo método de cruzamento de fontes, o envolvimento dos pequenos comerciantes em diferentes atividades econômicas, medindo assim suas respectivas capacidades de ampliação de seus negócios individualmente e em grupo.

Vol.3 - Pags.: 125-146 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

A posse de cativos no Vale do Rio Piranga: concentração de capital e acentuação das desigualdades (Minas Gerais, 1804 – 1831)

Mateus Andrade

Atrelada a conjuntura interpretativa acerca do reordenamento do espaço produtivo da capitania, a historiografia mineira recente destacou a tendência de concentração das posses de cativos nas primeiras décadas do século XIX. Preocupada em sustentar argumentos que mostravam diversificação produtiva e inversão de capitais da mineração ao setor agropecuário, negligenciaram elementos explicativos do contexto socioeconômico mais amplo. A partir de minuciosa análise da estrutura da posse de escravos numa região que se mostrou fecunda ao estudo das transições ocorridas na capitania de Minas Gerais, este artigo mostra como a concentração do capital escravista mercantil caminhou de mãos dadas à acentuação das desigualdades na sociedade mineira, redefinindo os significados de ser senhor de escravo.

Vol.3 - Pags.: 147-170 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

A RELAÇÃO ENTRE A CULINÁRIA MINEIRA E O DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS NO SÉCULO XVIII

Daniela Almeida Raposo Torres, Bruna Lívia Martins, Amanda Almeida Raposo

Este trabalho tem como objetivo demonstrar, através de análise histórica e de dados estatísticos, a influência da atividade econômica mineratória nas Minas Gerais do século XVIII no desenvolvimento da culinária mineira. Destaca-se também o uso da análise espacial para identificar o impacto da mobilidade demográfica, do processo migratório e ocupacional durante este período e suas influências sobre a constituição da culinária mineira. Esta demonstração será iniciada pelos aspectos econômicos e sociais de Minas Gerais no século XVIII e finalizada pelas análises sobre a formação da culinária mineira e da sua importância na história e na cultura de Minas Gerais.

Vol.3 - Pags.: 171-196 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

A vila de Santa Maria de Baependi no contexto da economia de abastecimento: urbanização, edificação e ornamentação de capelas e igrejas, 1814-1856.

Maria Cristina De Azevedo

O arraial de Baependi foi erigido em Vila em 19 de julho de 1814, no contexto de ampliação de vilas na Capitania de Minas Gerais. A crescente edificação de capelas e igrejas – na sede e freguesias que compunham o seu termo –, as obras de ornamentação interna da igreja matriz e a confirmação de compromissos de irmandades leigas foram movimentos concorrentes à iniciativa de ordenação da sede da vila. Estes aspectos parecem favorecer a leitura das transformações sociais e econômicas que estavam em curso naquela região, na primeira metade do século XIX.PALAVRAS-CHAVE: Arte sacra, Economia de abastecimento楖慬搠_慓瑮⁡慍楲⁡敤䈠敡数摮Ⱪ䨠慯畱浩䨠獯⃩慤丠瑡癩摩摡_䴀牡慩䌠楲瑳湩⁡敄䄠敺敶潤N䴀牡慩䌠楲瑳湩⁡敤䄠敺敶潤⠠偐䡇

Vol.3 - Pags.: 197-216 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

AFFONSO PENNA E O ENGRANDECIMENTO MINEIRO: INSTRUÇÃO PROFISSIONAL E IDEÁRIO REPUBLICANO (1874-1906)

Bárbara Braga Penido Lima

Ao reconstituir a trajetória profissional e intelectual do político Affonso Penna, entre 1874 e 1906, este trabalho busca discutir os repertórios de seus discursos, relacionados à organização do ensino profissional em Minas Gerais, com objetivo de alcançar o engrandecimento mineiro. Pretende compreender o horizonte de expectativas referente às noções de progresso associadas a um projeto de modernidade, segundo as perspectivas de Affonso Penna sobre os programas de instrução pública que procurava instituir no Estado, utilizados como argumentos políticos para atingir o desenvolvimento econômico e social, com destaque para o período entre 1891 e 1906.

Vol.3 - Pags.: 217-241 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Belo Horizonte e a produção da primeira centralidade econômica da capital: a Praça da Estação

Mariana Guedes Raggi

Belo Horizonte, cidade idealizada no final do século XIX, assume desde sua inauguração o compromisso de ser uma cidade moderna.  A monumentalidade do projeto e o traçado imposto pelos idealizadores revelam uma cidade contraditória e conflituosa desde sua origem. O descompasso entre o planejado e o produzido apresenta-se na espacialidade da Praça da Estação as primeiras expressões e manifestações da modernidade. As metamorfoses urbanas são percebidas nessa primeira centralidade econômica a partir do incipiente movimento industrial da capital mineira.

Vol.3 - Pags.: 242-257 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Caminhos da Fortuna: mineração e agropecuária – um estudo de caso, comarca do Rio das Mortes, MG (1730 – 1777)

Isaac Cassemiro Ribeiro

O presente artigo objetiva, através de um estudo de caso, descrever e analisar a trajetória da formação de fortuna de um casal de migrantes portugueses que chegou à capitania de Minas Gerais nas primeiras décadas do século XVIII. Abrindo lavras de extração aurífera e fundando fazenda de produção agropecuária, o alferes Antônio Ribeiro da Silva e sua esposa Antônia Maria de Almeida alicerçaram fortuna de grande vulto para época, e podem exemplificar, em sua trajetória, os caminhos de muitos imigrantes que vieram para a América na busca pelas riquezas que a extração aurífera prometia, porém, encontrando-as, na empresa agropecuária.

Vol.3 - Pags.: 258-278 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Causação Cumulativa em Myrdal e seus Desdobramentos Enquanto Alternativas ao Conceito de Equilíbrio

Luccas Attílio, Thiago Oliveira

O artigo discute em que medida o conceito de causação cumulativa (em geral) permite superar as dificuldades relacionadas ao conceito de equilíbrio para se pensar em desenvolvimento econômico e apresenta o conceito de causação cumulativa de Myrdal (em particular). Para além de argumentar que a abordagem de Myrdal consiste em um arcabouço amplo que incorpora elementos pós-keynesianos, institucionalistas e evolucionários, analisamos alguns trabalhos de Setterfield como um desdobramento do pensamento de Myrdal. Nosso argumento é de que através de uma visão holística do sistema econômico que combina distintas vertentes, pode-se tratar o tema desenvolvimento econômico combinando questões relacionadas ao crescimento econômico com a análise histórica da evolução das instituições. Para ilustrar discutimos a incorporação de path-dependency, lock-in e institutional interrelatedness em um modelo proposto por Setterfield.

Vol.3 - Pags.: 279-295 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Comércio de gado na crise do escravismo no distrito da Lage: o caso do Tenente Coronel Geraldo Pinto de Rezende

João Carlos Resende

Este artigo pretende analisar o caso de um negócio de gado feito no ano de 1869 por um jovem fazendeiro que buscava uma estratégia de produção e manutenção de riqueza em um distrito ainda escravista dentro da comarca do Rio das Mortes voltado para a economia de abastecimento interno do Brasil imperial. Buscamos compreender quais foram os fatores que influenciaram o resultado final de sua empreitada após uma análise de suas ações e da sociedade em que estava inserido. Palavras-chave: Riqueza, comércio interno, elite, crise do escravismo.

Vol.3 - Pags.: 296-315 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

Comércio e indústria: estrutura das empresas no estado de São Paulo, 1911-1920

Michel Deliberali Marson

O objetivo do artigo é examinar a evolução da constituição de empresas na economia do estado de São Paulo, baseado no comércio e na manufatura, por meio do registro de contratos comerciais de empresas na Junta Comercial de São Paulo entre 1911 e 1920. O trabalho utiliza dados de todos os 5.915 contratos de empresas registradas no período. Entre os principais resultados do artigo destaca-se que a atividade comercial foi a grande responsável pelo empreendimento na economia paulista na década de 1910. A manufatura foi mais afetada pelos efeitos restritivos de guerras do período. A queda nos registros de empresas teve início em 1913, possivelmente reflexo da crise econômica internacional decorrente da Guerra dos Bálcãs e reforçada pela Primeira Guerra Mundial. Na produção houve substituição de importações de mercadorias e direcionamento da atividade comercial externa para a interna. A recuperação da crise ocorreu com capacidade instalada no início da década, mas também com esforço de diversificação produtiva nos setores de insumos e equipamentos. A maioria das firmas constituídas em São Paulo apresentava característica de média e pequena empresa, com organização simples e com propriedade familiar ou com sociedade entre conhecidos.

Vol.3 - Pags.: 316-338 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Crise, crescimento e concentração? Evolução de livres e escravos em Minas Gerais, entre as décadas de 1830 e 1860

Mario Rodarte, Mateus Andrade, Rodrigo Costa, João Gomes, Gabriel Lacerda, Paulo Rocha Júnior

Na década de 1850, o Império, através de políticas econômicas e sociais, determinou uma profunda transformação do Brasil, em direção a uma economia de mercado, que eventualmente teve efeitos que se somaram às transformações inerentes à própria dinâmica interna da economia e população de Minas Gerais. A compilação e sistematização dos dados do início da décadas de 1860 de censos domiciliares de 36 paróquias da porção central e meridional da Província possibilitou uma análise mais detalhada das transformações econômicas e demográficas, tendo como comparação, o estado da população e da economia três décadas antes. Nesse período, detectou-se redirecionamento demográfico e virtuosismo econômico, de um lado, de regiões envolvidas direta ou indiretamente à produção de exportação, em especial do café; e, de outro lado, das regiões que sediavam parte mais expressiva da rede de cidades e, também, do mercado interno. No âmbito da organização doméstica da produção, observou-se que a  elevação do preço dos escravos, somados a outros fatores, acabaram por determinar uma redistribuição dos escravos, diminuindo o contingente de domicílios com pequenas posses de escravos e aumentando a quantidade de domicílios sem escravos.

Vol.3 - Pags.: 339-355 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

De Minas para a Corte: a atuação de Gervásio Pereira Alvim no comércio de abastecimento do Rio de Janeiro (1850-1860)

Paula Chaves Teixeira Pinto

Este artigo tem como objetivo explorar as relações mercantis entre a província de Minas Gerais e o Rio de Janeiro, através do estudo da rede de negócios que ligou a comarca do Rio das Mortes à capital do Império. Para tanto, recorremos ao caso do fazendeiro mineiro Gervásio Pereira Alvim e seus contatos firmados na praça carioca e em outras praças da província de Minas Gerais, na segunda metade do século XIX.

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DESDOBRAMENTOS DA TEORIA DO CAPITAL HUMANO SOBRE A EXPERIÊNCIA EDUCACIONAL: A biopolítica do Banco Mundial

André Felipe Dutra Martins Rocha Elias

A educação se tornou um consenso, até mesmo um truísmo, do discurso político contemporâneo. Este trabalho pretende investigar como a teoria do capital humano inseriu a Economia no debate educacional e, articulada com o regime neoliberal, pôde colocar a educação no centro da política econômica. Em uma perspectiva foucaultiana, pretende-se averiguar em que medida essa centralização ocorreu de forma seletiva, promovendo uma ressignificação da educação. A análise procura contextualizar o surgimento da teoria do capital humano na história do pensamento econômico, bem como sua influência sobre as políticas educacionais orientadas pelo Banco Mundial.

Vol.3 - Pags.: 374-399 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA DAS ESTRUTURAS SOCIAIS DE ACUMULAÇÃO NO CONTEXTO DA ECONOMIA RADICAL AMERICANA

Marcelo Soares Bandeira De Mello Filho

O trabalho objetiva compreender as origens e transformações da escola das estruturas sociais de acumulação (EESA), tendo como foco as modificações do seu principal conceito. O conceito de estrutura social de acumulação foi elaborado, no contexto da economia política radical, para criar um nível intermediário de análise entre uma teoria abstrata do capitalismo e o âmbito empírico. Ao longo da evolução histórica da EESA, esta se afastou de considerações teóricas acerca das características fundamentais do modo de produção capitalista e acabou adotando posições pré-teóricas acerca dessas características. Por isso, a EESA teve de reformular seu conceito central nos últimos anos.

Vol.3 - Pags.: 400-420 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Deus est solus scrutator cordium – Análise iconológica da pintura do Comendador João Batista Machado: São João Del Rei, século XIX.

Kellen Cristina Silva

Quais as fontes que podemos utilizar para compreendermos o pensamento sociocultural, político e econômico de uma sociedade do século XIX mineiro? Inúmeras. Contudo, poucos são os trabalhos que se pautam na imagem como fonte e objeto histórico. A imagem – no caso, obras de arte – não pode ser desconectada do seu espaço de criação, ou seja, os elementos socioculturais são importantíssimos para a configuração da representação. Dessa forma, nosso artigo tem a pretensão de apresentar uma visão sobre o Comendador João Batista Machado, homem proeminente da vila de São João Del Rei, que já foi estudado por pesquisadores pelas fontes documentais, mas nunca pela imagem. Palavras-chave: iconografia, iconologia, sociedade, devoção, economia.

Vol.3 - Pags.: 421-439 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Dinâmica econômica dos municípios sul-mineiros na Velha República: o caso de Alfenas

Alisson Eugênio

Neste artigo será analisada a dinâmica econômica do sul de Minas, a partir de alguns de seus indicadores econômicos do município de Alfenas, comparadamente com outros municípios mineiros, durante a Primeira República, com o objetivo de conhecer as características, transformações e permanências de sua economia (formada com a expansão agrícola mineira, ocorrida a partir da segunda metade do século XVIII, e organizada inicialmente para o abastecimento interno) no período em que o Brasil consolidava sua transição para a formação capitalista.

Vol.3 - Pags.: 440-461 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

Do Penny Black ao Olho de Boi: As finanças dos Correios brasileiros no contexto da reforma postal de 1842.

Pérola Maria Goldfeder E Castro

A construção do Estado Nacional brasileiro no século XIX implicou a montagem de uma máquina administrativa capaz de expandir a autoridade governamental por todo o território nacional. Dada a importância dos serviços públicos para a consolidação de mercados e Estados Nacionais, essa pesquisa busca contribuir para os estudos de história Econômica ao analisar alguns aspectos institucionais e financeiros que caracterizaram as reformas postais no Brasil entre 1829 e 1844. Na institucionalização do sistema postal brasileiro estavam em competição, portanto, não apenas diferentes experiências de administração pública, mas também diferentes concepções de Monarquia e arranjo institucional.

Vol.3 - Pags.: 462-487 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Doenças, mortalidade e condições sociais em Alfenas na Velha República

Alisson Eugênio

Nesse trabalho pretende-se analisar a relação entre as causas das mortes, o perfil demográfico dos mortos e as condições de saúde pública do município de Alfenas (como indicador do que estava ocorrendo no país), com o objetivo de investigar quais eram os problemas de saúde que mais matavam a população local e o que eles revelam sobre o quadro sanitário nacional no Brasil da Primeira República, a partir dos registros de óbitos de cemitérios municipais e da historiografia especializada no campo de estudos da história das doenças, da Medicina e da saúde. Dessa maneira, será mostrado que as causas mais freqüentes de morte daquele município na época analisada estão ligadas principalmente à pobreza, à falta de uma política de saúde pública preventiva e às limitações do saber médico e farmacêutico.

Vol.3 - Pags.: 488-504 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Elites modernas na transição para a periferia do capitalismo periférico - Engenheiros, economistas e empresários mineiros e a percepção das relações entre o nacional e o regional no quadro da modernização econômica brasileira (1930-1970)

Marcelo Godoy

As relações entre o nacional e o regional ganharam progressiva projeção entre as elites técnicas e empresariais de Minas Gerais no transcurso da modernização econômica brasileira (1930-1970). Desenvolveu-se compreensão crescentemente refinada dos fatores que presidiram a formação e reprodução dos desequilíbrios regionais e que responderam pelo atraso relativo da economia mineira. Em revistas de associação de classe (Associação Comercial de Minas e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), de categoria profissional (Sociedade Mineira de Engenheiros) e em revistas acadêmicas (Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG), engenheiros, economistas e empresários apresentaram estudos e reflexões que contemplaram a demonstração do caráter desigual e concentrador do desenvolvimento brasileiro, a afirmação da crescente periferização da economia regional e a reivindicação da intervenção dos poderes públicos estadual e federal, por meio de políticas que promovessem a interiorização do desenvolvimento e afirmassem a legitimidade de regionalismo corretivo das contradições da modernização econômica nacional.

Vol.3 - Pags.: 505-527 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Elites políticas regionais e o fim da era ferroviária: os debates na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (1921 - 1937)

Luiz Antonio Do Nascimento De Sá

O presente trabalho  analisa o discurso da elite política mineira a partir do estudo dos debates da Assembleia Legislativa de Minas Gerais acerca do tema da modernização dos transportes entre as décadas de  1920 e 1930, objetiva-se adicionalmente o diálogo com os trabalhos de Barbosa (2011) e Lopes (2012), que também analisaram os anais da Assembleia Legislativa para as três primeiras décadas do período compreendido como era ferroviária, ou entre 1870 e 1900.

Vol.3 - Pags.: 528-552 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

ESCOPO E MÉTODO NA ECONOMIA: Mill, Robbins e a ortodoxia contemporânea

Victor Alves

Esse trabalho realiza uma discussão acerca de mudanças sofridas no objeto e no método utilizado pelos economistas ao longo do tempo. Para empreender tal objetivo, o texto traz três momentos distintos do debate desses temas. O texto pretende mostrar que de fato houve uma mudança importante naquilo que era compreendido como o objeto da economia nos tempos de Stuart Mill até os dias de hoje, e que a forma com que esse estudo foi feito também mudou nesse intervalo, apontando méritos e problemas metodológicos com que a disciplina se deparou ao longo do tempo, e também para recentes desenvolvimentos.

Vol.3 - Pags.: 553-578 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

Estado, transportes e desenvolvimento regional: A “era rodoviária” em Minas Gerais, 1940-1980

Miguel Victor Tavares Lopes, Marcelo Magalhães Godoy

A principal proposição desse trabalho foi estudar o processo de modernização rodoviária mineira e os seus principais condicionantes. Para isso, se buscou analisar a expansão da infraestrutura rodoviária, segundo as matrizes econômicas, técnicas e políticas que presidiram a modernização, assim como a dinâmica de concessão, financiamento e construção de vias. Concluiu-se que a expansão rodoviária mineira foi importante condicionante para a consolidação da inserção periférica do estado na divisão interregional do trabalho, pois Minas foi cortada por importantes troncos rodoviários nacionais e beneficiou-se de forma secundária da malha viária, se pautando apenas por garantir o acesso dos centros regionais mineiros aos troncos federais.

Vol.3 - Pags.: 579-604 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Evolução e estrutura do mercado siderúrgico brasileiro entre 1901 e 1940: Dimensionando o problema siderúrgico nacional

Gustavo Barros

Este artigo examina o mercado de produtos siderúrgicos brasileiro entre 1901 e 1940, levando em consideração a sua dimensão, a sua composição, a sua evolução no tempo ao longo do período, bem como a percepção dos contemporâneos sobre o assunto. Para tanto, fazemos uso de abrangente conjunto de fontes primárias, incluindo dados desagregados de comércio exterior originais. A partir delas, observamos que a dimensão potencial do mercado doméstico exibiu certa estabilidade ao longo das mais de três décadas durante as quais se desenrolou o debate siderúrgico, e que isso se refletiu nas estimativas contemporâneas do tamanho do mercado. Por outro lado, a participação dos produtos siderúrgicos no valor do produto e das importações exibiu uma tendência de crescimento no período. Essa conjunção de uma relativa estabilidade quantitativa com uma ampliação na participação no produto e nas importações é explicada a partir de um processo de diversificação do consumo de produtos siderúrgicos e, sobretudo, da importância que a restrição externa teve na conformação desse mercado no país no período.

Vol.3 - Pags.: 605-627 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Expansão da cafeicultura e urbanização em Varginha, 1882-1920

Natânia Silva Ferreira

Varginha, situada no Sul de Minas Gerais, foi emancipada da cidade de Três Pontas em 1882 e, em suas quatro primeiras décadas de existência como cidade, passou por transformações urbanas importantes que tiveram como base, dentre outros fatores, a expansão da cafeicultura pelo Sul de Minas Gerais na transição do século XIX para o XX. Assim, esse texto pretende entender como Varginha passou de uma freguesia com poucos habitantes, no século XIX, a um relevante município para o Sul de Minas Gerais, logo no início do século XX, destacando os principais personagens que conduziram a cidade nesse processo. Palavras-chave: Varginha. 1882-1920. Cafeicultura. Urbanização.

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Fortuna e Falência em Minas Gerais: o caso do Barão das Três Ilhas

Rita Almico

O objetivo neste artigo é analisar as relações estabelecidas em uma grande transação de crédito que resultou em um acordo para pagamento do mesmo envolvendo homens de grande fortuna em Juiz de Fora do século XIX. Trata-se da história de fortuna e falência de José Bernardino de Barros, Barão das Três Ilhas, que possuía a maior fortuna entre os inventários pesquisados para a segunda metade do XIX na cidade mineira em questão. A especificidade do Barão das Três Ilhas está nos fatos que se sucedem após a morte de sua esposa. Tendo contraído muitas dívidas, seja para a compra de 111 escravos ou para a construção da nova sede da fazenda da Boa Esperança, o barão se viu, ao final do período, sem ter nenhum bem. Foi executado por vários credores, incluindo seus próprios irmãos.

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Notas sobre a demografia das populações escravas da América

Roberto Martins

 Examinamos as relações entre tráfico e reprodução natural dos escravos, atitudes da classe senhorial com relação à procriação dos plantéis, e alguns condicionantes estruturais dessa reprodução. Procuro identificar padrões comuns a todos os sistemas escravistas, sem considerar suas especificidades, demonstrando que eles podem ser determinantes do crescimento endógeno. Faço apenas considerações teórico-históricas; o artigo não inclui análise de dados demográficos. Ofereço ao debate as seguintes conclusões: a) Enquanto existiu o tráfico, os senhores de escravos das Américas, com exceção dos Estados Unidos, jamais desejaram a reprodução interna dos seus plantéis, e b) Se a tivessem desejado não teriam tido sucesso.

Vol.3 - Pags.: 672-715 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

O Império da escravidão: demografia escrava em um complexo de fazendas do sul do Rio de Janeiro (c.1868-c.1880)

Thiago Campos

Nesse artigo analisaremos o desenvolvimento demográfico de um amplo complexo de fazendas escravistas situadas no médio Vale do Paraíba, em sua porção fluminense, entre 1868 e 1880. Partindo dos autos de avaliação das fazendas, reconstituiremos a demografia da escravidão nesses espaços e acompanharemos seu desenvolvimento nos quadros dos municípios que as acolhiam. Cotejaremos a reconstituição populacional do complexo ao quadro demográfico da escravidão no espaço do médio Vale cafeeiro fluminense, registrado em diferentes mapas e quadros elaborados pela Presidência da Província do Rio de Janeiro. Feito isso, procuraremos dimensionar em termos econômicos e demográficos a força da escravidão nos últimos grandes espaços escravistas da América.

Vol.3 - Pags.: 716-738 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

O LUGAR DO ‘MARXISMO ANALÍTICO’ NO MARXISMO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA METODOLOGIA DOS PROGRAMAS DE PESQUISA CIENTÍFICA.

Ian Almeida

A intenção do artigo é entender a forma como se encaixa dentro do pensamento uma vertente específica do Marxismo, o Marxismo Analítico (MA). Iniciada no fim da década de 1970, o essa corrente de língua inglesa do Marxismo pode grosseiramente ser resumida enquanto uma aproximação entre Marx e o mainstream da ciência econômica contemporânea. Para alcançar nosso objetivo, utilizamos as análises do Marxismo enquanto um Programa de Pesquisa Científico (PPC- como formulado por Lakatos) para compreender até que ponto o MA pode ser considerado uma contribuição progressista para o PPC. A conclusão final é que o MA não deve ser considerado parte de um PPC Marxista.

Vol.3 - Pags.: 739-753 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

O Pensamento Econômico Brasileiro no século XIX: perspectivas interpretativas

Daniel Cosentino

Este trabalho analisa a possibilidade de abordagem do  Pensamento Econômico Brasileiro no século XIX. Um de seus objetivos é argumentar a favor da possibilidade da existência de pensamentos econômicos nacionais em detrimento da visão que entende a teoria econômica como universal. Além disso, sustentamos a ideia de que é possível, no caso do Brasil, abordar a questão a partir do século XIX, ao contrário de grande parte dos estudos sobre Pensamento Econômico Brasileiro, que concentram suas abordagens no século XX e na problemática da superação do subdesenvolvimento. Assim, discutimos a formação das ideias, do Brasil e suas interpretações, relacionando-as ao Pensamento Econômico Brasileiro e suas possibilidades de abordagem. Procuramos discutir teórica e metodologicamente a questão da universalidade  e da nacionalidade na teoria econômica, negando a primeira e afirmando a segunda, propondo que faz sentido, além de ser fundamental, considerar a teoria econômica e seu pensamento a partir das especificidades de cada nação. Disso deriva o Pensamento Econômico Brasileiro, resultado de análises e, muitas vezes, de adaptações e da difusão de teorias produzidas em outros contextos, a partir de nossas particularidades e condição periférica, o que lhe confere originalidade e importância. A partir disso, argumentamos que ser factível abordar o tema tendo como referência o século XIX. O que nos leva a analisar alguns trabalhos que abordaram o tema, ilustrando, desta forma, a questão metodológica.

Vol.3 - Pags.: 754-778 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

O Plano de Metas e a estrutura empresarial e financeira da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil: Dedini e Romi, 1955-1961

Michel Deliberali Marson

O Plano de Metas foi fundamental para a mudança estrutural produtiva do Brasil no final dos anos 1950, aumentando a participação relativa da indústria na economia e encadeando o desenvolvimento industrial para setores mais complexos e intensivos em tecnologia. Uma questão importante é como o Plano de Metas influenciou setores industriais específicos, como o de máquinas e equipamentos. O objetivo do artigo é examinar a evolução da estrutura empresarial e financeira da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil, por meio da análise de balanços e registros de documentos na Junta Comercial da Romi e Dedini, as maiores empresas nacionais produtoras de máquinas-ferramentas e equipamentos agrícolas, respectivamente, diante das políticas econômicas derivadas do Plano de Metas, no período de 1955 a 1961. As principais conclusões foram que as políticas do período impactaram positivamente no investimento e negativamente na rentabilidade das empresas nacionais de máquinas e equipamentos.

Vol.3 - Pags.: 779-804 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

Os múltiplos perfis dos senhores de escravos nas Minas Gerais: uma visão das hierarquias e flexibilidades da sociedade escravista

Carlos De Oliveira Malaquias

Na freguesia de São José do Rio das Mortes, entre os anos de 1795 e 1831, um de cada dois e um de cada 2,5 chefes de fogo respondiam por um domicílio com escravos. A dispersão da posse mancípia foi responsável por um grupo heterogêneo de senhores que constituiu um ponto intermediário basilar para a manutenção do escravismo. Ao examinar dois conjuntos de listas nominativas, um rol de confessados de fins do século XVIII e partes do censo provincial do segundo quarto do século XIX, pudemos demonstrar como, de acordo com o tamanho da escravaria, o perfil dos senhores variava: partindo de uma base diversificada, constituídas por homens e mulheres, negros e pardos, livres e libertos, e tornando-se mais homogêneo (mais masculino e branco) à medida que se sobe na escala de posse. Se, por um lado, a elite escravista corresponde às imagens clássicas da hierarquia escravista, por outro lado, a base senhorial diversificada constitui um ponto médio da estrutura social ainda pouco conhecido. Indicamos que tais “setores médios” sejam expressão da flexibilidade e capacidade de incorporação social do escravismo no Brasil.

Vol.3 - Pags.: 805-823 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Os negócios da conquista: perfil socioeconômico dos contribuintes para a guerra contra os povos indígenas dos Rios Doce e Piracicaba dos anos de 1765 a 1767

Adriano Toledo Paiva

O presente artigo estuda os violentos processos de conquista dos sertões de Mariana, procurando iluminar as experiências dos diferentes grupos da comunidade local, por intermédio da prosopografia. Empregando uma vasta e diversificada documentação dos arquivos e instituições de memória de Minas Gerais e Lisboa, desvendamos os interesses e ganhos dos homens e mulheres que contribuíram com ouro e gêneros (porcos, farinha e munições) para as expedições de conquistas nos sertões dos índios “Botocudos”. Desvendaremos os negócios, os interesses e os perfis socioeconômicos dos contribuintes nessa guerra contra os indígenas.

Vol.3 - Pags.: 824-844 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Os Tratados de Methuen de 1703: guerra, portos, panos e vinhos.

Felipe De Batista

Trabalho propõe reinterpretação alternativa acerca do Tratado de Methuen, que firmado em dezembro de 1703, estabelecia conveniências à exportação de vinhos portuguessa à Inglaterra, e panos ingleses a Portuga. Assentado em eixo geopolítico de análise pretende-se reinserí-lo à luz de seus condicionantes históricos particulares. Busca-se reenquadrar Portugal e o Tratado de Methuen à conjuntura imediata da Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1715), ao mesmo tempo, que intenta-se recuperá-lo a partir de quadro ampliado, que recue à Guerra de Restauração (1640-1668) e perspasse  reinserção do Estado português e de seu império ulttramarino no sistema internacional coetâneo.

Vol.3 - Pags.: 845-866 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

PAMPULHA: DESENVOLVIMENTISMO NO ESPAÇO

Renan Pereira Almeida, Bernardo Rezende

Este artigo visa discutir a relação entre o início do processo de industrialização brasileiro, sob a égide do desenvolvimentismo, e a forma de urbanização dele decorrente. Nesse panorama, a produção espacial da região da Pampulha, em Belo Horizonte, é emblemática: desenvolvida a partir da década de 30 enquanto reservatório de água, durante o mandato do prefeito Juscelino Kubitschek localidade passou por um processo de urbanização – podendo ser entendida como a materialização da ideologia do desenvolvimentismo em seus primórdios. Como afirmou Niemayer, "Pampulha foi o início de Brasília". Assim, a região que foi produzida, em um primeiro momento, para atender a uma demanda de infraestrutura aeroportuária e de abastecimento hídrico e, em seguida, a fim de oferecer uma opção de moradia alternativa (para além da Zona Sul) para as elites belorizontinas, foi uma demonstração clara da intervenção do Estado sobre o espaço nacional em formação. O papel das ideias e sua relação com as opções políticas da época é ressaltado neste artigo a partir da análise dos relatórios enviados pelos prefeitos (Negrão de Lima e JK) ao governador da época (Benedito Valadares). Paralelamente, este artigo busca responder à seguinte pergunta: 75 anos depois de sua construção, é possível afirmar que a Pampulha atendeu aos seus objetivos? Em outros termos, este projeto desenvolvimentista foi bem-sucedido perante aos intuitos da época? Para responder, ainda que parcialmente, a questão da Pampulha enquanto espaço privilegiado de moradia para as elites examinou-se os dados do mercado imobiliário atual da região. Essa exploração faz uso do método de classificação Fuzzy Clustering Analysis. Conclui-se que o objetivo principal de JK foi alcançado, embora a Pampulha tenha reproduzido os mesmos padrões de segregação das outras experiências de planejamento.

Vol.3 - Pags.: 867-887 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Performatividade da ciência econômica: esclarecendo os termos e estabelecendo pontes

Celso Neris Jr., Rafael Galvão Almeida, José Ricardo Fucidji

A ideia de que a ciência econômica molda a realidade mais do que apenas o descreve é o entendimento geral do significado da “tese de performatividade”. Este texto busca discutir, à luz desta tese, a prática e proposições dos economistas teóricos. Os economistas fazem modelos que procuram captar a realidade, mas ao mesmo tempo buscam moldar o comportamento dos indivíduos (inclusive de maneira profunda) e das instituições. Ao mesmo tempo, as instituições e o comportamento individual interagem entre si coerentemente por meio destas mesmas teorias econômicas. Por fim, o artigo discute também a relação entre estrutura social e teoria econômica.

Vol.3 - Pags.: 888-906 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

Perspectiva Histórica da Pobreza Multidimensional: Paradoxo estrutural de uma sociedade hipercomplexa

Odacyr Roberth Moura Da Silva, Victória Amélia Salvino De Oliveira Mafr, Carlos Alberto Dias

Este trabalho objetiva discutir a produção literária a respeito do fenômeno da pobreza e sua conceituação, contemplando as múltiplas dimensões aplicadas ao tema, além de discorrer sobre como este fenômeno tem sido tratado atualmente, tanto no Brasil quanto no estado de Minas Gerais. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, de caráter descritivo. A superação da visão da pobreza enquanto apenas insuficiência monetária e a adoção de um caráter multidimensional na sua discussão aumenta a complexidade das estratégias de aplicação de políticas públicas, já que leva em conta outros aspectos, como os fatores sociais, culturais e subjetivos.

Vol.3 - Pags.: 907-921 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

Pertence a Liberta Firmina, 09 de Maio de 1888: Relações de Crédito na Transição do Trabalho Escravo para o Livre em uma Região Cafeeira – Zona da Mata mineira

Luiz Fernando Saraiva, Jonis Freire

O processo de transição do trabalho escravo para o livre no Brasil no final do século XIX e início do XX adquiriu matizes variadas em um amplo espectro difícil de ser entendido em sua totalidade. De acordo com o ‘espaço’, o ‘perfil’ e as ‘ conjunturas’ econômicas, as formas de trabalho e remuneração variaram bastante. O trabalho busca entender parte deste mosaico ao analisarmos um conjunto de 11 ‘cadernetas’ que envolvem as relações de trabalho e crédito de mais de 200 ex-escravos entre 1888 até 1897, além de trabalhadores imigrantes e livres à época da escravidão em uma grande unidade cafeeira, a Fazenda Boa Esperança, propriedade do Barão de São José das Três Ilhas, na região da Zona da Mata mineira.

Vol.3 - Pags.: 922-945 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Possibilidades de reprodução natural nas escravarias de Piranga oitocentista

Guilherme Augusto Do Nascimento E Silva

Neste artigo, imbricamos na tentativa de melhor entender e contribuir para a discussão do chamado “enigma mineiro”. Tendo como recorte espacial a Freguesia de Guarapiranga e posterior Vila de Piranga, a partir dos dados obtidos na Lista Nominativa de 1831/32 e em inventários post-mortem da segunda metade do Oitocentos, analisamos variáveis como a idade dos escravos, a razão criança/mulher e discutimos a questão da reprodução natural das escravarias, aventando a possibilidade de ter existido crescimento vegetativo da população escrava piranguense, ajudando na manutenção do escravismo antes e após o fim do tráfico internacional.Palavras-chave: Escravidão; Reprodução Natural; Demografia Histórica; Piranga.

Vol.3 - Pags.: 946-969 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Pouso Alegre em transição: Organização política e econômica da Administração Publica nos últimos anos do século XIX

Fernando Henrique Do Vale

O presente artigo analisa a organização política e econômica de Pouso Alegre/MG, levando em conta a documentação municipal dos anos de 1880 a 1890, período este em que o Brasil passa a viver intensamente as mudanças produzidas pela modernização. Tratamos também da constituição e ordenamento político e fiscal na cidade de Pouso Alegre, tomando como base os códigos de posturas, a cobrança de impostos do município, instrumentos estes utilizados para a normatização da população.

Vol.3 - Pags.: 970-991 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

RELAÇÕES DE PATERNALISMO NA FÁBRICA DE TECIDOS DO BIRIBIRI 1876/1895.

Kátia Franciele Corrêa Borges

Este artigo faz parte de um estudo realizado para o projeto de doutoramento   intitulado  “Mulheres operárias: gênero, poder, disciplina e trabalho na Fábrica de Tecidos do Biribiri (Diamantina/MG)”. Trata-se de um recorte que visou compreender o contexto da fundação da Fábrica de Tecidos do Biribiri e as ações do seu fundador o Bispo Dom João Antonio dos Santos. Partindo de análises bibliográficas constatou-se que as ações deste bispo fundamentou-se no paradigma do discurso paternalista vigente do século XIX. Percebeu-se assim que o novo se manifestou através da fábrica, mas quem estaria por trás desse novo seria a ordem antiga. Ou seja, os antigos senhores de escravos que, por sua vez, criaram novas relações de dependência. Deste modo, a abordagem adotada foi qualitativa.   Palavras-chave: fábrica, Bispo, discurso paternalista e mulheres operárias.

Vol.3 - Pags.: 992-1004 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Revisitando o Debate Inercialista da Inflação brasileira na década de 1980

Hugo Carcanholo, Marcelo Curado

O objetivo deste artigo foi investigar as teorias da inflação inercial representadas pelas versões de 1- Francisco Lopes, 2- Luiz Carlos Bresser-Pereira e Yoshiaki Nakano e 3- André Lara-Resende e Pérsio Arida em uma perspectiva comparada, enfatizando os elementos teóricos presentes em cada uma e como isto se materializou nas propostas de estabilização para a economia brasileira. Embora exista um background comum às teorias, e por isso os diagnósticos inercialistas são compatíveis, com rigor analítico, elas são substancialmente diferentes, constituindo, por conta disto, estratégias de estabilização bastante díspares. Percebeu-se que o inercialismo destes autores não pode ser considerado um corpo teórico uniforme, sobretudo no tocante a 1- ruptura com a ortodoxia e a concepção monetária, 2- conflito distributivo e 3- plano de estabilização e o imperativo de neutralidade distributiva. Em suma, acredita-se que entender o inercialismo e as propostas para estabilizar a economia brasileira da década de 1980 exige um exercício de reconstrução da história do pensamento econômico tanto em nível de diagnóstico quanto de estratégia de estabilização.

Vol.3 - Pags.: 1005-1027 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Sociedade escravista, economia e lei nas Minas (1795-1830)

Maria Lúcia Resende Chaves Teixeira

Na virada do século XVIII para o XIX, a sociedade escravista mineira enfrentou pelo menos duas formas de ajuste. Uma que voltou-se para o reordenamento econômico, com transferência de capitais e investimentos para o setor de abastecimento. Tal transformação colocou em destaque o domínio de terras e o crescimento das fazendas produtoras de alimentos na Comarca do Rio das Mortes, que se destacaram na função de abastecedoras da Corte. Por outro lado, o interesse lusitano em controlar os crimes e a criminalidade, bem como seus esforços em instituir códigos de leis, sobretudo o penal, forçou os moradores das Minas a prestar contas mais severas à justiça. Assim, cresceu o volume de processos penais envolvendo fazendeiros, escravos, livres pobres e ex-escravos, muito embora o tratamento jurídico dispensado garantisse ações e procedimentos diferenciados. A combinação desses fatores resultou em diversificados autos processuais que acabam por evidenciar as situações de um cotidiano histórico de crescimento de novos fatores econômicos, com tratamento jurídico em transformação, mas que conservaram os elementos sociais diferenciadores característicos de uma sociedade de Antigo Regime.   

Vol.3 - Pags.: 1028-1050 Download PDF Pôster História Econômica e Demografia Histórica

The Power of Ideas and the Concept of Sustainability

Jakob Sparn

This paper explores the evolution of the underlying ideas behind sustainability, from historic concepts of sustainability in the 17th century to recent ideas in the 20th century and until today. The theoretical framework for an analysis of ideas is taken from Judith Goldstein who emphasizes the importance of the interaction between ideas and institutions and how ideas contribute to shaping existing institutions and the policies they produce. The paper argues that most concepts of sustainability were and still are dominated by the economic value or benefits they provide instead of aiming at a wholly integrated concept of sustainability.

Vol.3 - Pags.: 1051-1071 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Travessia: O processo de modernização da Minas Gerais Oitocentista pelos dados dos censos do início da década de 1860

Mario Rodarte, Clotilde Paiva, José Silva

Este trabalho visa, principalmente, aferir as rupturas e, também, as continuidades nas trajetórias da economia e da sociedade na província de Minas Gerais ao longo do século XIX. Para tanto, propõe-se fazer uma análise minuciosa dos dados a serem extraídos dos diversos levantamentos populacionais e econômicos do início da década de 1860. Contudo, para não se ficar apenas na descrição desse ponto isolado no tempo, a pesquisa estendeu sua análise para realizar comparações entre os períodos 1830 a 1860 e de 1860 a 1870, com o acréscimo das evidências empíricas constantes nos censos regionais da década de 1830 e do nacional de 1872.

Vol.3 - Pags.: 1072-1091 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica

Usos sociais de um artefato tecnológico na nova capital mineira: o telefone em Belo Horizonte, 1894-1912.

James William Goodwin, Jr.

A proposta deste trabalho é investigar o sistema telefônico na nova capital mineira, a qual nasceu associada ao discurso do progresso e do desenvolvimento, entre 1895 e 1912, período que vai da instalação dos primeiros telefones na cidade até o arrendamento do sistema a uma empresa privada. A abordagem proposta considera a tecnologia como construção social, buscando indícios que permitam compreender como um artefato oriundo de outros contextos socioculturais foi recebido, utilizado e ressignificado na nova capital que se construía nas Minas Gerais. A base documental é variada, incluindo relatórios administrativos, coleções legislativas, obras históricas e periódicos produzidos no período.

Vol.3 - Pags.: 1092-1118 Download PDF Apresentação Oral História Econômica e Demografia Histórica


FICHA CATALOGRÁFICA

S471d
2016

Seminário sobre a economia mineira (17.: 2016 : Diamantina, MG)
XVII Seminário sobre a economia mineira [recurso eletrônico]: anais.  Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 2016.

 

Período de realização de 29 de agosto a 3 de setembro de 2016.

 

Disponível também on-line.
www.cedeplar.ufmg.br

 

1. Minas Gerais - Condições econômicas - Congressos. 2. Minas Gerais - População - Congressos. I. Universidade Federal de Minas Gerais. Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional.  II. Título.

 

CDD: 330.98151


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▪ As ideias e apresentação dos trabalhos são de inteira responsabilidade dos autores.


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