Seminário sobre a Economia Mineira | 1983
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Diamantina, 22 a 25 de novembro de 1983

II Seminário sobre a Economia Mineira

Tornar o Seminário sobre Economia Mineira evento regular do calendário de atividades da Universidade Federal de Minas Gerais foi decorrência do êxito do I Seminário, organizado pelo CEDEPLAR em setembro de 1982. Estes anais, por sua vez, são conseqüência lógica da fixação do evento, constituindo-se produto imprescindível à continuidade dos bons efeitos trazidos pelos trabalhos e debates.

O I Seminário não gerou anais, embora os trabalhos apresentados venham a ser publicados na Revista Brasileira de Estudos Políticos, nº 58, da edição de janeiro de 1984.

A idéia de realizar-se um seminário sobre a economia mineira, nem tanto sob a ótica meramente econômica surgiu de uma conjunção de exigências e carências no âmbito do relacionamento entre o mundo acadêmico, o setor público, a intelectualidade de modo geral, como resposta às necessidades da sociedade mineira.

Sabe-se que os mineiros sempre projetaram seu pensamento e ação em direção ao Brasil e tudo o que lhe diz respeito. Mas é hora de pensar Minas, o que não significa esquecer o país, mesmo porque Minas e Brasil são indissociáveis. É hora de pensar Minas no tempo do despojamento de sua economia pela grave crise, e de seus acervos, pela ação do tempo favorecida pelo descuido. É hora de pensar Minas no tempo em que a “inteligentsia” mineira e nacional se desviam tanto para outros lados. É hora de conservar Minas e suas coisas, pois o Brasil será disso beneficiário.

Diante deste quadro de necessidades. Diamantina surge como por ta magnífica, carente de cuidados embora, do pobre vale que bem revela o cenário econômico-social do Estado e do país. Diamantina; não só porque ali se encontra expressiva frente de trabalho da UFMG, através do Centro de Geologia Eschwege, do Instituto de Geo-Ciências , mas porque evoca, ao mesmo tempo, glória e esquecimento, riqueza e pobreza, sempre emoldurados, no entanto, por espírito de contagiante alegria e solidariedade, caracteristicas seculares de seu povo. Diamantina, enfim, retrato de Minas.

Estes anais recolhem os trabalhos apresentados e discutidos durante o II Seminário sobre a Economia Mineira, realizado em Diamantina – Minas Gerais, no período de 22 a 26 de novembro de 1983. Sao divididos em duas partes, a primeira delas versando sobre a “História Económica de Minas Gerais”, composta de cinco trabalhos e um painel, este sobre “Tendências da Historiografia Brasileira”. A segunda parte compõe-se de trabalhos que tratam da “Economia Mineira dos Anos Oitenta”, em número de sete, bem como de dois painéis, um dos quais constitui uma “Avaliação das Alternativas Política Econômica Estadual em uma Situação de Crise” e outro que trata da “Economia Mineira no Contexto da Crise”.

Somos enormemente gratos à UFMG, na pessoa do Magnífico Reitor, Professor José Henrique Santos, ao Professor Edésio Teixeira de Carvalho, Diretor do Instituto de Geo-Ciências e, em especial, ao Professor Ivo Antônio Dossim e à Sra. Maria Idelma Seabra Maia, respectivamente. Diretor e Secretária do Centro de Geologia Eschwege. Nosso agradecimento especial à comunidade diamantinense por sua generosa e alegre acolhida, em especial à Faculdade de Odontologia de Diamantina, na pessoa de seu Diretor, Dr. João Antunes de Oliveira, pela cessão de seu anfiteatro. Somos gratos à ANPEC e ao INPES/IPEA pelo apoio dado através do programa ANPEC/PNPE que tornou possível a publicação destes anais.

Cabe-nos agradecer, também, o apoio decidido de órgãos públicos como o BDMG, CEMIG, CNPq, Fundação João Pinheiro, INDI, Minas Caixa, SEPLAN-MG, quer pela participação de dirigentes e técnicos nos trabalhos do Seminário, quer pela ajuda material, sem a qual seria impossível a realização do evento. Ainda que com o risco da grave omissão de outros nomes é dever nosso reconhecer o esforço pessoal de Cândido Luís de Lima Fernandes e Teodoro Lamounier, de que muito dependeu a realização do II Seminário de Diamantina. Nosso agradecimento, ainda, a todos os participantes e assistentes, em especial, aos professores, pesquisadores e funcionários do CEDEPLAR e de outras unidades e instituições da UFMG, por sua colaboração antes e durante a realização do Seminário. Agradecimento especialíssimo cabe-nos fazer às funcionárias da Seção de Mecanografia, Hildette Siqueira, Lúcia Efigênia de Santana, Maristela Sette e Rosemary Felix da Silva, pelo extenuante esforço, sacrificando até mesmo dias de descanso e lazer, para aprontarem, em tempo hábil, os originais destes anais, e à Secretária do CEDEPLAR, Dagmar Magalhães Renault, que com o mesmo espírito de colaboração e sacrifício ajudou-nos, bastante, na organização do II Seminário de Diamantina.

Haydn Coutinho Pimenta
(Editor)

Diretoria

Gestão 1981-1985

José Alberto Magno de Carvalho
Diretor

Comissão Organizadora

Donald Rolfe Sawyer
Coordenador de Pesquisa

Clotilde de Andrade Paiva
Coordenador de Curso

Roberto Luis de Melo Monte-Mor
Coordenador da Área de Economia Regional e Urbana

Paulo de Tarso de Almeida Paiva
Coordenador da Área de Demografia Econômica

João Antônio de Paula
Coordenador da Área de Teoria Econômica

Comissão Científica

Donald Rolfe Sawyer
Coordenador de Pesquisa

Clotilde de Andrade Paiva
Coordenador de Curso

Roberto Luis de Melo Monte-Mor
Coordenador da Área de Economia Regional e Urbana

Paulo de Tarso de Almeida Paiva
Coordenador da Área de Demografia Econômica

João Antônio de Paula
Coordenador da Área de Teoria Econômica

Temas

História Econômica de Minas Gerais

Os trabalhos da sessão de história econômica testemunham a preocupação do CEDEPLAR/UFMG com o desenvolvimento passado da economia mineira e o crescente investimento que o Centro vem fazendo nessa área de pesquisa, com o apoio da FINEP e do PNPE.
O século XIX, bastante negligenciado pelos historiadores da economia mineira, é o alvo da maioria dos trabalhos que, somados às pesquisas concluídas anteriormente e aos projetos em andamento, começam a constituir um respeitável corpo de conhecimentos sobre a realidade econômica do período. A característica comum a todos os trabalhos é o fato de apresentarem uma sólida base empírica, cuja construção vem permitindo, entre outros avanços, o surgimento de importantes revisões de várias teses até agora prevalecentes. Roberto Martins apresenta um estudo exploratório da indústria têxtil artesanal doméstica, cuja existência já era conhecida, mas revela que o setor tinha uma dimensão e uma importância que não foram suficientemente ressaltadas na historiografia. A indústria mineira é também o tema de João Antônio de Paula, que enfoca as iniciativas siderúrgicas do século XIX, bem como o surgimento da indústria têxtil-fabril em Minas Gerais.
Douglas Libby (do Depto. de História da UFMG) apresenta um estudo de caso da Saint John dei Rey Mining Co., em que fica ressaltada a complexidade da questão dos modos de produção no passado brasileiro, por se tratar de uma empresa de constituição nitidamente capitalista e que se utilizava largamente de trabalho escravo. Seu trabalho desafia ainda as já claudicantes mas ainda presentes teses sobre a incompatibilidade entre trabalho servil, tecnologia moderna e métodos eficientes de gestão da produção.
Fernando Resende (do IPEA) nos leva de volta ao Século XVIII, com seu estudo sobre o sistema fiscal do ciclo do ouro, quando a região das minas era o centro nevrálgico do império português e sua principal fonte de receita.
Finalmente Clotilde Paiva e Maria do Carmo Salazar Martins apresentam os resultados preliminares da revisão do censo do império (1872), mostrando que a eliminação dos erros até agora presentes na versão publicada desse recenseamento conduzirá a importantes revisões na interpretação de vários aspectos de nossa história oitocentista.

A Economia Mineira nos Anos Oitenta

Esta parte do seminário trata da economia mineira nos anos oitenta, a repercussão da crise em Minas Gerais, as possibilidades de minimizar seus efeitos e as perspectivas para os próximos anos.
No seminário passado se deu mais atenção ao último período de expansão da economia mineira na Década de setenta e à avaliação do papel das principais instituições estaduais responsáveis pela concepção e execução da política econômica estadual. Agora é a vez de avaliá-la no contexto da crise.
Sete temas foram selecionados para instruir as discussões das sessões e dos dois painéis. Na primeira sessão, discutem-se as questões relativas ao desempenho da agricultura e à situação urbana. Na segunda sessão, cuida-se da análise do sistema financeiro em Minas Gerais e das exportações mineiras. Na terceira sessão, a discussão faz-se em torno do desempenho do setor industrial, do emprego e da situação das finanças estaduais.
Os dois painéis procuram discutir de maneira geral a economia mineira na crise. 0 primeiro aborda as possibilidades da elaboração e execução da política econômica estadual dentro do quadro de restrições vigente, quer pela centralização fiscal, quer pela queda no nível de atividade. Enfim, quais os limites da política econômica estadual? 0 segundo, encerrando o seminário, tenta reunir os mais variados aspectos das discussões anteriores, visando delinear as perspectivas futuras da economia de Minas Gerais.
Por fim, nesta parte do seminário se desnuda a economia mineira na crise dos anos oitenta.

Realização

Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – Cedeplar
Faculdade de Ciências Econômicas – FACE
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

Patrocínio

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
Fundação João Pinheiro – FJP
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG
Centrais Hidrelétricas de Minas Gerais – CEMIG
Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq
Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais – INDI
Minas Caixa

Apoio

Centro de Geologia Eschwege do IGC / UFMG
Centro Audiovisual / UFMG
Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina – FAFEOD
Coordenadoria de Cultura do Estado de Minas Gerais